Congado e Folias de Reis podem se tornar bens imateriais
A Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB) iniciou o registro de grupos de Congado e Folias de Reis como bens patrimoniais imateriais de Araxá junto ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). O projeto visa a preservação como uma forma de manter viva as culturas populares do município.
Para o processo de registro, no primeiro momento será realizada uma pesquisa documental e de campo para levantar informações sobre o surgimento dos grupos, quem são seus representantes e como eles desenvolvem suas atividades em Araxá.
Por meio das informações coletadas, será elaborado um dossiê com os dados e um videodocumentário de 30 minutos será produzido, juntamente com um catálogo, que terá uma linguagem mais popular. O levantamento será feito por historiadores, antropólogos e musicólogos.
“Esse dossiê e os outros materiais serão encaminhados ao Iepha e ficarão sujeitos à aprovação. Só depois que o instituto aprovar podemos oficializar os grupos como um bem cultural do município”, explica o historiador da FCCB, José Antônio de Ávila Oliveira.
A estimativa é que Araxá tenha seis grupos de Congado e cerca de 30 Folias de Reis em atividade. De acordo com José Antônio, o número concreto só poderá ser confirmado após a conclusão das pesquisas.
“Todas as manifestações populares têm uma relevância, um sentido histórico. Se não houver a preservação e a reprodução do bem, a tendência é que ele acabe. Por isso, a fundação está trabalhando com a salvaguarda, que é a preservação, manutenção e reprodução. Esse registro também é importante para que o Poder Público possa apoiar mais de perto e com algum suporte financeiro esses movimentos culturais”, destaca.
Eventos culturais
Para proporcionar mais incentivo às políticas culturais, a FCCB iniciou as tratativas para apoiar os eventos ligados aos grupos, como a 30ª Festa em Louvor à Mártir Filomena, que voltará a acontecer após dois anos, entre os dias 28 de abril e 1º de maio, e o 56° Encontro Regional de Congados e Moçambiques, que ocorrerá no mês de junho.
“Além de apoiar as festas tradicionais destes grupos que acontecem anualmente, o intuito da fundação é de registro e preservação. Valorizamos o que conhecemos e buscamos também a valorização dessas pessoas que fazem parte dessa cultura há anos. Com isso, futuramente elas poderão pleitear projetos via leis de incentivo”, ressalta a presidente da FCCB, Cynthia Verçosa.